segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Hoje vou apresentar a vocês o mais novo membro da família...

Há algumas semanas visitamos um abrigo para animais abandonados aqui em Bruxelas. Fazia tempo que queria adotar outro gatinho para fazer companhia ao Yoshi, que sentia-se muito sozinho quando não estávamos em casa.

Quando chegamos ao abrigo, chamado Infor-Animaux me apaixonei de cara por um gato preto, lindo e peludo que vi na entrada, chamado Bóris. Porém, passando pelas salas e ouvindo a história de cada um, conheci a Xena, gatinha triste que já havia sido adotada e devolvida, junto com a irmã dela, Michout. Ela sofria agressões de outras gatas dominantes do local e vivia escondida, não brincava, tinha os olhos tristes...

Haviam vários outros gatinhos adoráveis e tristinhos que vinham pedir atenção, eles são todos muito carentes e quando chega alguém se animam, acho que acreditando ser a vez deles, tadinhos... Tinha uma outra que o João se apaixonou, tão tristinha, chamada pipoca, muito fofa. Foi muito difícil tomar uma decisão, só podia escolher um e fiquei com o coração partido por isso, por deixar tantos outros naquelas salinhas, com esperança de um dia terem um lar. 

A Xena foi adotada faz alguns dias, tem 2 anos e meio e hoje é a gatinha mais feliz do mundo. Super brincalhona e adora o irmão, Yoshi. No começo eles se estranharam um pouco, mas hoje estão se dando muito bem. Ela já veio com o nome, não sou muito fã, porém, como já estava registrada e com passaporte, microchip e tudo, seria complicado mudar. Mas ela por aqui é mais conhecida por Wel-Wel, porque olha pra gente e sempre mia assim: wel wel?? como se estivesse fazendo uma pergunta. Uma graça a gatinha. Os dois estão agora mesmo brincando, o que indica que a missão foi cumprida.

Para quem quiser adotar um animalzinho, basta informar-se na sua cidade sobre os abrigos. Existem milhares esperando um lar e com certeza irão encher sua casa e seu coração de alegria. Quem não puder criar, divulgue essa idéia, ou ajude como puder, essa entidade em que adotamos a Wel Wel precisa de ajuda financeira, ração, etc, como muitas outras que vivem de doações.









terça-feira, 5 de outubro de 2010

Algumas semanas atrás postei aqui sobre os cursos de francês e holandês que estou fazendo (post: Estudante em tempo integral). Falei sobre a declaração do serviço de desemprego (ACTIRIS) que consegui, e consequentemente que havia pago somente 50 euros pelos cursos.

No semestre passado eu fiz um outro curso de francês com o João, em outra escola, que me cobrou o dobro do valor do curso porque sou brasileira. Na legislação da Comunidade Européia diz claramente que o cônjuge deve ter os MESMOS direitos que o cidadão europeu por direito adquirido. Lei não cumprida escancaradamente por aqui. Imprimimos a legislação e levamos à escola, o que não serviu de nada, disseram que a escola fazia suas próprias REGRAS... Se não aceitássemos, que procurássemos outro curso. Como tínhamos recém-chegado e não haviam outros cursos com vagas disponíveis no mesmo período, engolimos o sapo.

Na verdade, o ACTIRIS diz que dá direito ao curso de graça, mas paguei 50 euros por REGRA da nova escola que escolhi, por ser mais perto de casa. Bem, hoje recebi uma nota da professora para comparecer à diretoria. Me senti como uma criança no colégio quando é mandado para a coordenação porque fez algo errado.

Chegando à entrada da diretoria, vi um aluno saindo e aproveitei a porta aberta para entrar. Já levei bronca aí, porque segundo uma das atendentes ou sei lá quem era que estava da porta para dentro, disse que eu deveria ter apertado a campainha e esperado alguém abrir a porta para mim. Exagerada. Perguntei se ela queria que eu saísse e tocasse a campainha, ela falou que já que eu tinha entrado e já estava lá, não importava mais, porém que não se repetisse. Pensei, em que época estou e quantos anos tenho? Fiquei horrorizada.

Bom, de pé em frente à "delicada" pessoa que me "atendia", ela checou no sistema e disse que faltava no registro meu número de celular, que passei em seguida. Quando eu já ia sair, ela disse para esperar porque tinha mais uma coisa. A minha inscrição no ACTIRIS havia sido dia 15 de Setembro e que eu tinha que pagar os cursos no valor integral pois só tinham direito ao benefício quem havia se inscrito até o dia 14 de Setembro. Nessas horas, não sei porque, talvez o sangue sobe para cabeça e você trava. Não conseguia me expressar em francês e pedi para falar em inglês. Ela falou que não aceitava, embora entendesse inglês. A raiva foi só aumentando. Lembrei de tudo que passei em Portugal, das dificuldades propositais que colocavam para os brasileiros em tudo.

Perguntei aonde estava escrito essa história de "até o dia 14 de setembro" e porque não me disseram no dia da inscrição, há quase 1 mês atras. Então ela se levantou e falou bem alto que eu fosse falar com a diretora geral, do outro lado da sala porque ela tinha perdido a paciência comigo. Lá fui eu falar com a chefa que também não conseguiu me convencer porque eu, desempregada e inscrita nas estatísticas do governo, tinha que pagar tudo, quase um mês após começar o curso, e por que ela não me falou isso no dia que fui me inscrever, e por que e aonde estava escrito que as declarações do ACTIRIS só eram válidas até o dia 14 de setembro, e dia 15, meu caso, não valia mais. Ela disse que não tinha como provar ou mostrar nada, que era REGRA da escola. Ponto.

Depois de ninguém me convencer, eu precisava sair dali para pensar pois estava com os nervos à flor da pele. A chefa queria que eu pagasse imediatamente e eu falei que não, que se eu voltasse, na próxima aula pagaria. Acho muito engraçado esse país, não cumprem leis, fazem regras na hora que querem, te tratam como não gostariam de serem tratados e você tem que engolir tudo... Meu conceito sobre a Bélgica está caindo... Caindo... Ai que saudade da Irlanda...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nos últimos dias temos visto/ouvido falar de muitas manifestações e passeatas ao redor da Europa. Na Bélgica, para se organizar uma manifestação, é preciso agendar com a polícia o dia, a hora, o local e a quantidade de pessoas que estão previstas a comparecer.

No último sábado, 2 de Outubro, houve no centro de Bruxelas uma manifestação de várias pessoas, a maioria visivelmente imigrantes, contra as deportações que têm acontecido ultimamente. O principal motivo desse "evento" foi que que a França vem trabalhando com uma política de deportação nos últimos meses e mandou centenas de "Romans", mais conhecidos como "ciganos" de volta para casa. A maioria deles vem da Bulgária e Romênia, dois países que entraram para a União Européia em 2007. Além da deportação, o governo tem destruído seus acampamentos, normalmente situados às periferias das cidades.

"sem fronteiras"

Algumas características marcam estas pessoas: São viajantes, vestem aquelas roupas de ciganos, saias compridas, têm os dentes estragados, e alguns de ouro. Mulheres com a cabeça coberta, muitas com crianças no colo, pedindo dinheiro com um olhar triste. Há quem diga que se deve ter cuidado, pois eles têm a mão leve para furtos... Vale lembrar que não estou "esteriotipando" ou afirmando que todos os cidadãos romenos ou búlgaros são assim. Tenho duas colegas de classe no francês que são romenas e definitivamente não se encaixam neste perfil. Os maridos têm bons empregos e elas são qualificadas, embora não consigam trabalho por aqui.

"ninguém é clandestino"

Pois bem, existem essas pessoas com espírito livre, que acima de tudo são seres humanos e têm sido tratados como animais devido ao seu estilo de vida. Eu não concordo com essas deportações, muito menos com a generalização que fazem desse povo. Acho que é racismo, discriminação e crime! São "viajantes" com os mesmos direitos de movimento dentro da Comunidade Européia, porém suas crianças não conseguem vagas nas escolas e seus pais não conseguem emprego devido a aparência e estilo de vida, vivem então à margem da sociedade... Como eles vão evoluir?

Pelo que pesquisei, esse povo sofre preconceito até mesmo em seus próprios países. Acho que mais justo seria investir em uma educação adequada, moradia e dar-lhes a chance de tornarem-se cidadãos produtivos na sociedade. Podemos até não gostar ou concordar com a forma de vida que levam, mas não podemos obrigá-los a viverem como queremos. As pessoas só sabem julgar e generalizar um povo hoje em dia? Cadê a solidariedade, o respeito, o amor? União Européia, allowww???
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